sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ao ano que se vai

Pode parecer engraçado,
já que estamos em fevereiro,
mas o ano de 2008 só acabou agora.
Ele que levou tantas noites insones,
tantas lágrimas de dor e de alegria.
Neste que, do fundo do lugar mais sombrio, descobriu-se a luz.
E ele não volta.
Aquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer.
Essa louca não voará pela janela do 12o andar.
Não desta vez.
Nesse ano passado deixo muito de mim.
Muito do que fui e ainda sou.
Dele levo o que serei.
Deixo com ele minhas contas e medidas.
A medida do Bonfim, que não me valeu.
As sobras de tudo que chamam lar.
As sombras de tudo que fomos nós.
As melhores e as piores lembranças.
Os melhores e piores dias.
Levo comigo os amigos, no peito.
A história, que ninguém tira de mim.
E as lições, que não se perdem nas perdas.
Mas devo dizer que não vou lhe dar
o enorme prazer de me ver chorar.
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago,
meu peito tão dilacerado.
Uma saideira, muita saudade
e a leve impressão de que já vai tarde.



Com trechos de Trocando em Miúdos, de Chico Buarque.

Um comentário:

Yellow Submarine disse...

heey brigada pelo comentário ^^

essa música do Chico é mto boa msmo!

gostei do teu blog =*